Flow, em tradução livre, quer dizer fluxo. E quando eu imagino o “fluir”, penso imediatamente no estado natural das coisas – no mar, num rio, numa cachoeira. O pesquisador Mihaly Csikszentmihalyi, autor do livro FLOW – The psycology of optimal experience, após pesquisar sobre o que levam as pessoas a um estado de êxtase e felicidade, confirmou as minhas expectativas. Fluir é ter plena consciência do que faz e sentir um senso de propósito com as próprias ações no mundo.
Nós entendemos o papel que cada recurso natural tem na nossa vida. O rio, o mar, o sol, as árvores e toda a natureza exercem seus papeis diariamente para o ciclo natural que alimenta o planeta terra. Mas, e você, tem noção de qual é o seu senso de propósito? Sabe o que está fazendo aqui no planeta terra? Se ainda não sabe, não se preocupe. É mais comum do que se parece, especialmente nos dias de hoje.
Pesquisa do instituto Gallup entrevistou mais de 154 mil pessoas em 146 países e concluiu que nos últimos dez anos, a taxa de felicidade atingiu seu menor nível. Excetuando situações catastróficas como conflitos e guerras, por que será que estamos tão infelizes? Creio que além da falta de propósito, nunca estivemos tão ansiosos. E, bem, para combater essa ansiedade e o excesso de informação, precisamos encontrar o que nos traz realização pessoal e isso vai desde tarefas simples, como dançar e ouvir música, até empreender, por exemplo. Acompanhe mais dicas de como chegar lá!
O que é o estado de flow?
É fácil reconhecer o estado de flow. Sabe quando você vai ao show de um cantor que você gosta e ao olhar para ele, percebe que ele está praticamente em transe – de olhos fechados, concentrado e pleno ao encantar uma multidão? Flow. Freddie Mercury no Estádio de Wembley cantando “Love of my life” e regendo milhares de pessoas? Flow. Um professor de literatura apaixonado ao falar de seu livro preferido a uma turma de alunos? Flow. Você, fazendo aquilo que mais gosta – pode ser crochê, cozinhar, caminhada no mato, corrida, arrumar a casa – olhar no relógio e perceber que o tempo passou tão rápido que você nem viu? Flow.
Sete condições para o estado de flow
Segundo Mihaly, existem sete condições que caracterizam o estado de flow, que, de acordo com as pesquisas dele, conduzem à felicidade e à alegria da realização – que pode ocorrer inclusive no ambiente de trabalho. Para ele, outra condição importante para o estado de flow, é ter experiência no que faz – cerca de dez anos trabalhando na mesma atividade e se aprimorando nela. O processo, portanto, não é fácil, tampouco simples. No entanto, a prática no que você gosta de fazer torna as coisas infinitamente mais simples.
- Envolvimento total na atividade (foco e concentração);
- Senso de êxtase (de estar fora da realidade);
- Saber o que precisa ser feito e saber exatamente como se faz;
- Habilidades adequadas para determinada tarefa;
- Nenhuma preocupação com a opinião dos outros e vontade de crescer;
- Perda total da noção do tempo;
- O resultado do trabalho é uma recompensa.
A importância de ter feedbacks constantes
Para alcançar o estado de flow, conte com o apoio de alguém muito importante para você. Praticamente um mentor, que te dará feedbacks constantes sobre o seu trabalho e os seus feitos – para o caso de trabalhos criativos. Aceite o feedback e aprimore sempre o que você faz para trazer ainda mais brilho e consistência ao seu trabalho e para crescer ainda mais o seu senso de realização.
Ajude pessoas e trabalhe por um objetivo coletivo
Se quiser aumentar o seu senso de propósito, ajude mais pessoas a chegarem onde você chegou. Atue como o mentor que você teve. Dê conselhos, feedbacks, ministre cursos e ensine pessoas. Quando trabalhamos por um objetivo maior e quando ajudamos outras pessoas, o nosso senso de propósito e de missão nos leva a um patamar de consciência maior e amplia a nossa importância como seres humanos. O trabalho voluntário também é uma forma valiosa para nos colocar em estado de flow, para nos ajudar a descobrir mais humanidade nos nossos dias.
O que faz você estar em estado de flow? Faça isso mais vezes!
Abraço,
André Castilho